Francisco de Paula Araújo


Ao contrário da maioria das pessoas que atuam no seguimento dos livros – que em geral começaram muito cedo sua experiência com a leitura – eu sou um leitor tardio. De onde vim, o interior do Maranhão, a realidade não permitia (e acho que ainda não permite!) um contato mais próximo com este universo, principalmente em função da escassez de instrumentos culturais como as bibliotecas, por exemplo.
A formação como bibliotecário, bem como todas as outras que se seguiram, me permitiu conhecer mais de perto uma realidade ainda gritante, em que o acesso aos bens culturais está adstrito a uma parcela muito pequena da população.
É claro e evidente que este quadro está sobremaneira relacionado ao desprezo, ao descaso e ao desconhecimento que em geral o poder público tem para com e em relação à cadeira do livro nos seus diversos seguimentos. Assim sendo, é necessário democratizar o acesso à leitura e a literatura por meio dos mais variados instrumentos, sejam eles físicos, como é o caso dos livros impressos, sejam eles virtuais, como é o caso das publicações eletrônicas.
Democratizar, a propósito, deve ser a palavra de ordem do trabalho com a cultura, onde os diversos grupos precisam e devem ter amplo direito de participação. Isso não significa, entretanto, promover uma “democracia” de cima para baixo. Ao contrário, é fundamental que o trabalho de mediação de leitura atenda aos anseios das comunidades que desejam “ler” sua realidade e se projetar a partir dela.
É neste sentido e com este espirito que desejo ser o representante da cadeia mediadora do Plano Estadual do Livro, da Leitura, da Literatura e das Bibliotecas (PELLLB) do estado do Rio de Janeiro. Para isso preciso do seu apoio e confiança. 
Currículo: 
Bibliotecário e advogado de formação (UNIRIO e UERJ, respectivamente), também atuo há cinco anos como editor-chefe da Revista Biblioo, uma publicação eletrônica e impressa voltada à temática dos livros, da leitura e das bibliotecas. Para além do trabalho como bibliotecário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde sou concursado desde 2009, o trabalho como editor tem me possibilitado mergulhar no universo da leitura, principalmente através no contato com as diversas realidades dos agentes que vão dos corredores de uma clínica da família, aos bairros da periferia, passando por praças e outros espaços públicos. 
Minhas experiências como estagiário no Serviço Social do Comércio (Sesc), bem com na Escola de Ensino Médio desta mesma instituição, me possibilitaram conhecer e atuar de perto na organização de eventos literários, como contação de histórias e lançamento de livros. Além disso, os conhecimentos agregados no mestrado em políticas públicas (UERJ) e no doutorado em comunicação (UFF) me possibilitam discussões e ações mais objetivas no campo cultural. 
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